NARRATIVAS VISUAIS DA GUERRA DO CONTESTADO: A FOTOGRAFIA COMO RECURSO DE COMPREENSÃO ESTÉTICA E HISTÓRICA DO EPISÓDIO

Autores

  • Lúcio Kürten ddos Passos

Resumo

Em meados do século XIX e início do século XX, na região Sul do Paraná e no Planalto Norte- Catarinense, instalaram-se milhares de imigrantes europeus, em razão da similaridade geográfi ca e climática com seus países de origem. A Brasil Railway Company, de propriedade do empresário Americano, Percival Farquhar, obtém concessão para exploração e implantação da estrada de ferro que liga São Paulo ao Rio Grande do Sul. Com isso, o Estado cede o direito de explorar os recursos naturais por 50 anos, em 15 quilômetros de cada lado da linha do trem. Em meio a esse contexto, eclode, em 1912, uma das mais importantes guerras civis nacionais: a Guerra do Contestado. Fotografadas por Claro Jansson, as imagens narram sequências de acontecimentos que, por diversas vezes, reúnem características ora jornalísticas ora publicitárias, tal como o documentarismo social do início daquele século. Algumas delas foram agrupadas, constituindo-se como narrativas visuais, de acordo com os conceitos de Peter Burke. A pesquisa trata por meio da análise da imagem qual a relação do fotógrafo e seus referentes, com o contexto social, recorrendo a Pierre Bourdieu, e de que forma a sintaxe visual proposta por Roland Barthes, revisitada por Jorge Pedro Sousa e Boris Kossoy, pode ter contribuído para legitimar as fotografi as de Jansson, como fonte histórica de referência sobre o episódio. Objetiva compreender como podem ter infl uenciado no surgimento de movimentos/tendências da fotografi a de notícia, tendo como pano de fundo esse confl ito belicoso, referenciando-se, ainda, nos conceitos sobre tempo e narrativa de Paul Ricoeur e Marialva Barbosa.

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Comunicação Oral